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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2014

Para onde vão os guarda-chuvas

"Para onde vão os guarda-chuvas", Afonso Cruz, Alfaguara Demorei uns três meses a ler este livro. Não que fosse aborrecido, mas demasiado extenso para os meus curtos tempos livres. O tamanho e peso da obra também não fazem dela a melhor companhia de passeio: 620 páginas de papel ainda pesam. Já sei, há os e-books… Mas ainda não consegui converter-me. Não há prazer igual ao de folhear e cheirar papel. Agora, o conteúdo. Não destaco o tema, mas o estilo. Afonso Cruz joga xadrez com as palavras. Põe e dispõe delas com a inteligência de um jogador de tabuleiro. A sua escrita é gráfica, feita de explicações desenhadas, ora preto no branco, ora vice-versa. O autor repete-nos incansável, como um aviso: tudo na vida são contrastes: “lágrimas seguidas de risos, euforias precedidas de desgostos”. Este escritor, que integra a nova geração de ouro da literatura portuguesa, é já um monstro literário. Num tom muito próprio, usa uma voz grossa para nos gritar palavras meigas. É senhor

Reportagem # 19

Jornal "Dica da Semana", edição nacional, 21 de Agosto de 2014

Férias para sempre

Eu e tu, em 1980. Há quem parta sem dizer adeus. Não por indelicadeza, mas por desconhecimento. Ninguém pensa fazer uma viagem só de ida. Voltar está sempre nos planos de quem vai a algum lugar. Regressar a casa e aos braços de quem nos espera sempre, faz parte do prazer de ir. Mas, desta vez, foste e não voltaste. Estavas de férias em Espanha e essa será para sempre a tua última memória. Imagino-te feliz, a falar sempre muito com um sorriso maior que o rosto. Tento recordar-me da última vez que nos encontrámos, sem nunca pensarmos que fosse a última. Eu acabava de ser mãe e tu nem querias acreditar como o tempo voa. Com a minha filha nos braços, olhavas-me recordando-me com cinco anos, quando fui ao teu casamento. Tínhamos vinte anos de diferença, mas não se notava. Talvez por eu parecer mais velha, talvez por tu manteres um corpo e um espírito sempre tão jovens. Eras fresca e iluminada. Raiavas alegria por onde passavas, mesmo que chorasses por dentro. Tu, São, eras assim… Um r

Reportagem # 18

Jornal "Dica da Semana", edição regional Algarve, 7 de Agosto de 2014