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Férias para sempre

Eu e tu, em 1980.
Há quem parta sem dizer adeus. Não por indelicadeza, mas por desconhecimento. Ninguém pensa fazer uma viagem só de ida. Voltar está sempre nos planos de quem vai a algum lugar. Regressar a casa e aos braços de quem nos espera sempre, faz parte do prazer de ir. Mas, desta vez, foste e não voltaste. Estavas de férias em Espanha e essa será para sempre a tua última memória. Imagino-te feliz, a falar sempre muito com um sorriso maior que o rosto. Tento recordar-me da última vez que nos encontrámos, sem nunca pensarmos que fosse a última. Eu acabava de ser mãe e tu nem querias acreditar como o tempo voa. Com a minha filha nos braços, olhavas-me recordando-me com cinco anos, quando fui ao teu casamento. Tínhamos vinte anos de diferença, mas não se notava. Talvez por eu parecer mais velha, talvez por tu manteres um corpo e um espírito sempre tão jovens. Eras fresca e iluminada. Raiavas alegria por onde passavas, mesmo que chorasses por dentro. Tu, São, eras assim… Um rosto de menina alegre. E assim quero eternizar a tua memória, ignorando os destroços do carro desfeito que te roubou a vida. Alguém terá dito que “a vida é uma festa que às vezes acaba cedo demais”. Infelizmente, foi o caso da tua.  

Em memória da São e do Sérgio

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